domingo, 25 de julho de 2021

O crescente pet-centrismo nos EUA é uma forma de idolatria?

O crescente pet-centrismo nos EUA é uma forma de idolatria?


Julie Roys

15/06/2012





Você pagaria 25 mil dólares para salvar seu animal de estimação? Dois anos atrás, Mike Otworth o fez. A Chow-chow de 10 anos desse homem da Flórida foi diagnosticada com linfoma. Então, Otworth desembolsou milhares de dólares para a quimioterapia — e então levou a cadela para a Carolina do Norte, onde ela recebeu um transplante de medula óssea!


Em um mundo onde cerca de 925 milhões de pessoas passam fome, é incompreensível para mim que alguém se esforce tanto para salvar um animal de estimação. No entanto, gastos extravagantes com animais de estimação estão se tornando cada vez mais comuns. Apenas nos últimos seis anos, os gastos dos consumidores dos EUA com cuidados veterinários aumentaram de pouco mais de 9 bilhões de dólares por ano para colossais 13 bilhões e meio! Adicione alimentos e outros produtos para animais de estimação e nós, americanos, gastamos 51 bilhões de dólares por ano (*) com nossos companheiros animais! Mas fica pior.


No ano passado, a Associated Press e a Petside entrevistaram cerca de mil donos de animais perguntando quem eles abandonariam primeiro — seu parceiro ou seu animal de estimação? Um surpreendente 14 por cento disse que se afastaria do seu parceiro humano antes de desistir do seu amigo peludo — ou talvez emplumado.


Esse desvio de prioridade não se limita aos animais de estimação, no entanto. Todos os anos, a Humane Society dos Estados Unidos gasta mais de 120 milhões de dólares promovendo sua agenda de bem-estar animal. Isso inclui encorajar igrejas a iniciar ministérios de proteção animal e fazer lobby junto aos legisladores para promulgar leis que exijam gaiolas maiores para galinhas. Não me entenda mal. Eu amo animais — e tenho dois cães de um abrigo de resgate. Mas eu não apoio atribuir a eles valor e prioridade que eles simplesmente não deveriam ter.


No entanto, é isso que acontece quando a sociedade — e alguns cristãos — esquecem o lugar único que os humanos ocupam no mundo. Os animais não são nossos “irmãos e irmãs”, como declara a “Declaração Oficial sobre Animais” de uma denominação religiosa; são criaturas sem alma e desprovidas da imagem de Deus. Sim, devemos cuidar deles. Mas, quando eles começam a superar as relações humanas e consomem grandes proporções de nosso tempo e recursos, eles provavelmente se tornaram ídolos.


(*) Nota do tradutor: Em fevereiro de 2020 o gasto anual com produtos e serviços para pets nos EUA foi de cerca de 100 bilhões de dólares, o que corresponde hoje a cerca de 517 bilhões de reais (dólar do dia 26/07/2021). Um único país está idolatrando seus animais de estimação numa cifra de meio trilhão de reais! Há algo muito errado aí...


Fonte: The Roys Report


quarta-feira, 21 de julho de 2021

13 fatos brutais que deveriam estar na lápide de Fidel Castro

13 fatos brutais que deveriam estar na lápide de Fidel Castro


Americanos que elogiavam Fidel pareciam ter esquecido que ele apontara mísseis atômicos contra o país


Carlos Eire

26/11/2016

Especial para o Washington Post





Um dos ditadores mais brutais da história moderna acaba de falecer. Por mais estranho que pareça, alguns lamentaram sua morte e muitos o elogiaram. Milhões de cubanos que aguardaram com impaciência este momento durante mais de meio século refletirão simplesmente sobre seus crimes e recordarão a dor e o sofrimento que causou.


Por que essa diferença? Porque o engano foi um dos maiores talentos de Fidel Castro e a credulidade é uma das maiores debilidades do mundo. Gênio na criação de mitos, Castro se valeu da sede humana de mitos e heróis. Suas mentiras eram belas e muito sedutoras. Segundo Castro e seus propagandistas, o objetivo da assim chamada revolução não foi criar um estado totalitário repressivo e assegurar que o governaria como um monarca absoluto, mas sim eliminar o analfabetismo, a pobreza, o racismo, as diferenças de classe e todos os demais males conhecidos pela humanidade. Esta mentira audaz se tornou crível graças, em grande medida, ao incessante alarde de Castro sobre a escolaridade e a assistência médica gratuitas, que fizeram que o mito da benevolente revolução utópica fosse irresistível para muitos desfavorecidos do mundo.


Muitos intelectuais, jornalistas e gente esclarecida do primeiro mundo também acreditou no mito – ainda que tenham sido os primeiros a irem para a cadeia ou serem assassinados por Castro em seu próprio reino – e suas suposições adquiriram uma intensidade similar às convicções religiosas. Dizer a esses crentes que Castro prendeu, torturou e assassinou muito mais gente, milhares mais, que qualquer outro ditador latino-americano foi, geralmente, em vão. Sua crueldade bem documentada, embora reconhecida, não muda as coisas porque ele era julgado segundo um aberrante código de ética que escapava à lógica.


Esse desequilíbrio moral kafkiano tinha, sem dúvida, um toque de realismo mágico tão escandalosamente inverossímil como qualquer coisa que Gabriel García Márquez, amigo íntimo de Castro, poderia sonhar. Por exemplo, em 1998, na época em que o ex-presidente do Chile Augusto Pinochet foi preso em Londres por crimes de lesa-humanidade, o autoungido “líder máximo” visitou a Espanha com festa, sem que lhe causassem problemas, mesmo que seus abusos aos direitos humanos tornassem pequenos os de Pinochet.


O que é pior, cada vez que Castro viajava ao exterior, muitos se derretiam diante de sua presença. Em 1995, quando foi a Nova York para falar na ONU, muitos personagens ilustres manobraram tão intensamente para ter a oportunidade de conhecê-lo no apartamento de três andares do magnata Mort Zuckerman, na Quinta Avenida, que a revista Time declarou: “Fidel toma Manhattan!”. Para não ficar para trás, a Newsweek declarou Castro como “A maior atração de Manhattan”. A nenhum membro da elite que se encontrou com Castro nesse dia pareceu importante que em 1962 ele apontara armas nucleares contra suas cabeças.


Se este fosse um mundo justo, seriam postos 13 pontos na lápide de Castro e eles seriam destacados em todos os obituários:


1 - Converteu Cuba em uma colônia da União Soviética e quase causou um holocausto nuclear.


2 - Patrocinou o terrorismo como pôde e se aliou com muitos dos piores ditadores da terra.


3 - Foi responsável por tantas execuções e desaparecimentos em Cuba que é difícil calcular um número preciso.


4 - Não tolerou oposição alguma e construiu campos de concentração que lotou ao máximo, em um ritmo sem precedentes. Encarcerou um porcentual maior de seu próprio povo do que a maioria dos demais ditadores modernos, entre eles Stálin.


5 - Aprovou e promoveu a prática da tortura e dos assassinatos extrajudiciais.


6 - Obrigou ao exílio quase 20% de seus compatriotas, muitos dos quais morreram no mar, sem ser vistos ou contados, enquanto fugiam.


7 - Reclamou toda propriedade para si mesmo e para seus seguidores, cortou a produção de alimentos e empobreceu a vasta maioria de seu povo.


8 - Proibiu a iniciativa privada e os sindicatos, eliminou a ampla classe média cubana e converteu os cubanos em escravos do Estado.


9 - Perseguiu aos homossexuais e tentou erradicar as religiões.


10 - Censurou todos os meios de expressão e comunicação.


11 - Estabeleceu um sistema escolar fraudulento que doutrinou em vez de educar e criou um sistema de saúde de dois níveis, com assistência médica inferior para a maioria dos cubanos e superior para si mesmo e para sua oligarquia. Depois, sustentou que todas as suas medidas repressivas eram absolutamente necessárias para assegurar a sobrevivência desses projetos de bem estar social ostensivamente “gratuitos”.


12 - Converteu Cuba em um labirinto de ruínas e estabeleceu uma sociedade de apartheid, em que milhões de visitantes estrangeiros tinham direitos e privilégios que eram vedados a seu povo.


13 - Nunca se desculpou por seus crimes e nem foi processado por eles.


Em suma, Fidel Castro foi o vivo retrato do Big Brother, personagem do romance de George Orwell “1984”. Então, adeus Big Brother, rei de todos os pesadelos cubanos. E que seu sucessor, o Little Brother, logo abandone o trono sangrento que lhe deixaram.


* Carlos Eire é escritor e Profesor T.L. Riggs de História e Estudos Religiosos na Universidade de Yale.


Fonte: Gazeta do Povo


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