A igreja é uma entidade altamente tóxica e destruidora
Luiz Andrada
12 jul. 2021
luizandradabh@gmail.com
“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” (Mateus 7:15).
A publicidade religiosa afirma que só é possível encontrar alegria nesta vida através da religião. Definitivamente, uma propaganda “humilde”. Uma mentira canalha, que convence a multidões. A verdade por trás dessas palavras escancara o fato deprimente de que ao seguir uma religião a pessoa encontra inferno, hipocrisia, manipulação, crimes, invasão da sua intimidade, distúrbios psíquicos. E mais um rol de enormes problemas.
De fato, a publicidade é a arte da mentira. A religião costuma ser uma fábrica de ateus e agnósticos, pessoas que lançam fora o jugo religioso e experimentam uma liberdade nunca antes imaginada. Deus aponta para realidades celestiais, e a religião organizada aponta para abismos. A diferença é infinita. Deus e religião nunca foram sinônimos.
Um dia, Deus se cansou do farisaísmo e do legalismo dos judeus, da época de Jesus Cristo. Poder, hipocrisia, politicagem, homicídios em nome da lei judaica. Houve um ponto final, e o início da fé cristã. Após dois milênios, talvez Deus venha a se cansar do cristianismo, e do lamaçal que se tornou a igreja. Talvez sejamos vomitados de sua boca. Algo triste poderá ocorrer, e algo novo poderá iniciar.
É aterrorizante ouvir testemunhos e dar-se conta do imenso acúmulo de vidas destruídas por igrejas pelo mundo afora. Instituições pertencentes a todas as famílias cristãs: católica romana, ortodoxa oriental, protestante, evangélica e seitas agregadas. Parece que o cristianismo é uma chaga purulenta, um câncer que se alastra e mata. Por vezes chego a pensar que os governos deveriam obrigar por força de lei a fixação de placas de advertência nos locais de reuniões de grupos cristãos: “Atenção! O ministério da saúde mental adverte: esta religião é muito prejudicial! Cuidado!”.
Por diversas ocasiões, eu participei de um fórum internacional de discussão que reúne ex-católicos. Os diálogos construídos atestaram a brutalidade praticada em instituições da igreja católica romana, durante gerações e até os dias atuais. Meninas estupradas por padres em internatos. Meninos espancados por padres em escolas. Freiras agredindo, maltratando e humilhando crianças em orfanatos. E todo tipo de assédio, violência. Será que essas instituições seguem abertas? Será que ainda existem pais e mães capazes de enviar seus filhos para esses locais? Por que os governos não encerram definitivamente as atividades desses estabelecimentos?
Crescem os abusos sexuais cometidos por líderes cristãos contra menores de idade e adultos, em todas as denominações. Grupos de vítimas se reúnem em vários países, para moverem ações judiciais e campanhas de esclarecimento à sociedade e aos cristãos ingênuos que ainda idolatram o clero.
Um pastor pentecostal de Belo Horizonte foi preso recentemente acusado de abusar sexualmente de pelo menos dez vítimas.
Um padre católico de São Paulo pregava celibato, castidade e pureza sexual durante o dia, e no período da noite mergulhava em orgias homossexuais na própria paróquia.
Padres e bispos ortodoxos orientais estão abusando sexualmente de seus fiéis, crianças e adultos, em diversos países. Nos EUA há uma crise gravíssima envolvendo esses fatos dentro da ortodoxia oriental.
Há poucas semanas uma freira, na Argentina, foi presa após abusar sexualmente de uma menina menor de idade, numa instituição de caridade. Além do abuso sexual, a freira espiava a menina nua durante os banhos.
A hipocrisia dos líderes cristãos é imensa para se elencar neste breve artigo.
Tenha cuidado com o líder religioso. Tenha cuidado com quem exige ter a mão beijada como gesto de reverência por sua “nobre” posição. Afaste-se de quem exige ser saudado como “reverendo”, “reverendíssimo”, pois o único digno de reverência é Deus. Espantosamente até mesmo protestantes e evangélicos utilizam o termo “reverendo” para seus clérigos. Pergunte a Jesus Cristo se ele ostentava esses títulos, e se algum dia ele exigiu ter a sua mão beijada. E, por favor, me diga a resposta.
Igrejas nada mais são do que grupos de idiotas que alimentam a vaidade de seus líderes, num círculo vicioso. Como já dito, os títulos da podre nobreza sacerdotal vão de padre, cônego, monsenhor, núncio, a pastor, bispo, apóstolo, vice-Deus. Nesse panteão falido, são muitos os egos vaidosos exigindo serem aclamados como ilustríssimos, excelentíssimos, viscondes, duques, barões. É a nobreza da religião, uma das elites mais imundas que a história humana conhece. Esses tais nem trabalham, mas vivem do trabalho alheio, arrecadando em nome de Deus vultosas quantias em forma de ofertas, dízimos, contribuições. Um negócio incrivelmente rentável. A riqueza material das igrejas cristãs é algo escandaloso. As denominações são fábricas de líderes narcisistas, e de leigos medrosos que sofrem ataques de pânico apenas ao pensar em abandonar o curral.
Esse cenário preocupante, de líderes perversos, vai piorar bastante nos próximos anos no Brasil, à medida que este país é invadido por essas religiões protestantes e evangélicas, quase todas impostas de cima, dos EUA, sobre as nossas cabeças. É um processo de colonização religiosa e lavagem cerebral em massa. Uma nova cruzada, agora protestante norte-americana. Em 2030 esta nação deixará de ser de maioria católica romana para ser de maioria evangélica pentecostal. Que Deus tenha misericórdia do Brasil. Até mesmo um país ateu é melhor do que um país pentecostal. O movimento pentecostal é a facção mais fanática e enlouquecedora do protestantismo. Profissionais da saúde mental continuarão faturando alto para tratar do crescente número de doentes feridos pelas religiões cristãs.
Outro aspecto preocupante é a crescente politização dos grupos cristãos, que está transformando as igrejas ora em partidos de esquerda, ora em partidos de direita, e todas em guerra umas contra as outras. O Brasil despencou neste erro grotesco e curioso: o sujeito vai à reunião cristã para ouvir um jumento, padre ou pastor, fazer campanha favorável ou contrária ao atual Presidente da República. Qualquer tentativa de procurar uma igreja que pregue o Evangelho de Jesus Cristo redundará em frustração nos dias de hoje. Os cristãos brasileiros precipitaram-se na mais grotesca idolatria política. Expulsaram Jesus Cristo do seu trono de glória e entronizaram ídolos de canela de barro fino e quebradiço: Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes, Doria, Eduardo Leite, Mandetta, Moro, e por aí vai abismo abaixo.
Cristianismo e política se misturam há milênios, desgraciadamente.
Evangélicos fundamentalistas e racistas do sul dos EUA criaram grupos terroristas como a Ku Klux Klan, entre outras seitas de supremacia branca. Cristãos brancos indignados pelo fim da escravidão. Ódio disseminado em nome de uma mentira inventada sobre a raça negra, que seria descendente do filho amaldiçoado de Noé. Um homem que viu um velho bêbado e nu teria gerado toda a desgraça conhecida sobre a história de ódio direcionado aos negros.
Vale recordar que as igrejas batistas fundamentalistas norte-americanas, tradicionalmente racistas, invadiram o Brasil há décadas, e continuam invadindo, enviando evangelistas, missionários, pastores.
Diversas igrejas ortodoxas orientais estão dominadas por ideologias políticas de extrema-direita. O partido nazista da Grécia, Golden Dawn, recebeu total apoio da igreja ortodoxa grega, a religião majoritária da nação. Esse partido acabou condenado pela Justiça como organização criminosa.
Uma igreja ortodoxa ucraniana expõe símbolos nazistas no seu interior, exaltando o grupo que apoiou Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
O racismo foi, e talvez ainda seja, uma triste realidade nas igrejas luteranas. Martim Lutero era antissemita declarado. Na época da Segunda Guerra Mundial, os nazistas eram majoritariamente luteranos, e uma porcentagem menor era formada por católicos.
A militância cristã de esquerda também é organizada, e está presente na maioria das denominações. Cristãos esquerdistas pregam o marxismo e não o Evangelho. Tudo o que a esquerda secular defende, os cristãos esquerdistas defendem. De aborto a liberação das drogas. O progressismo teológico desse segmento “progrediu” tanto que seus adeptos já afirmam que Deus é uma travesti, e que Jesus Cristo e o apóstolo João formavam um casal homossexual. A esquerda religiosa é um hospício idêntico ao da direita religiosa, muda apenas a cor do verniz ideológico.
O cardápio das psicoses está pronto. Basta ao fiel escolher.
Quando o político se une ao religioso, assistimos ao nascimento de uma das mais perigosas combinações. O Brasil está testemunhando esse fenômeno da simbiose entre Deus e César. Padres e pastores pregam homilias defendendo suas posições políticas, em acordos previamente estabelecidos com os políticos de sua preferência. A boiada de leigos obedece, e vota no candidato do clérigo. Se pensarmos que a igreja brasileira é enorme, compreenderemos o crescente interesse de políticos que da noite para o dia se “convertem” ao Evangelho, e começam a paparicar essa ou aquela igreja. Grandes igrejas, grandes eleitores.
Escolher uma igreja saudável é tarefa quase impossível, pois a regra tem sido encontrar grupos doentios e perversos, em todo o espectro ideológico, desde a esquerda progressista até a direita fundamentalista. Entrar numa igreja é um gesto quase suicida. Parece que o cenário é dominado apenas por falsos pastores. A prudência deve guiar as escolhas ou mesmo a abstenção de escolher. O que fazer? “Senhor, para quem iremos? Só tu tens as palavras da vida eterna.” (João 6:68). Que o Senhor Jesus Cristo ilumine as nossas decisões e nos livre das falsas igrejas e das alcateias que as lideram.
