quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Comitiva de políticos apoia a cidade de Petrópolis

Comitiva de políticos apoia a cidade de Petrópolis


Luiz Andrada

17 fev. 2022

luizandradabh@gmail.com





Centenas de mortos na cidade de Petrópolis, em mais uma tragédia anunciada que sempre se repete no período chuvoso. A região serrana do Rio de Janeiro é um autêntico tobogã assassino que despeja toneladas de lama durante as tempestades. Todos sabem. Os políticos sabem. Os cidadãos sabem. E ano após ano as cenas se repetem. Em 2023 teremos mais mortos. Em 2024... Em 2025... Em 2026... Até quando?


E as verbas públicas estariam passeando por onde? O que o governo municipal fez? O que fizeram o governo estadual e o governo federal nesses últimos anos? E os planos de prevenção e de resgate, como sirenes e rotas de evacuação? Todos os cidadãos foram treinados e receberam esses suportes? Como compreender um motorista que não abandona de imediato o seu carro, e prefere encarar a morte e ser arrastado? Será que o motorista foi treinado a perceber o momento exato de deixar o veículo e buscar abrigo?


Além da comovente demonstração de solidariedade que o povo de Petrópolis está recebendo, num momento em que a sua cidade foi visitada pela morte de uma maneira tão brutal, é imperioso indagar aos excrementos que formam a classe política deste país, desde a esquerda, passando pelo centro, e terminando na direita, onde estão agora esses sultões, marajás e saqueadores dos cofres públicos no momento em que aquele homem enfia a mão na lama para tentar encontrar o que restou do corpo de um filho. A política sempre foi conduzida por psicopatas e loucos, e esse tipo de gente não costuma se preocupar com o próximo.


Com o perdão da ironia eu tenho algumas respostas sobre o tal paradeiro. Os vereadores da cidade de Petrópolis abandonaram o cafezinho nos gabinetes e foram vistos em diversas localidades ajudando a remover a lama de estabelecimentos comerciais, lavando ruas e passeios, escavando a terra à procura de corpos. Os nobres deputados estaduais que frequentam o puteiro político mais corrupto e perigoso do Brasil, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, foram vistos aprovando a venda de diversos itens que atendem a sua mordomia, como carros oficiais, jatinhos, helicópteros, para reverter o dinheiro recolhido em doações às vítimas das chuvas em Petrópolis. Além disso, os deputados estaduais subiram os morros para ajudar no resgate dos corpos dos cidadãos que eles mesmos ajudaram a matar em todos esses anos de negligência do poder público.


O presidente Bolsonaro não fez muito, reconheço. Ele visitou a cidade não para apoiar os cidadãos, mas para fazer campanha eleitoral antecipada. Como convém ao nosso presidente, a cada vez que ele abre a boca consegue perder milhões de votos. É uma tradição dele. A cada esquina, em Petrópolis, o presidente Bolsonaro repetiu: “E daí?! Eu não sou coveiro! Frescura! Mimimi!”. Ele deixou a cidade sob vaias.


O ex-presidiário Lula estava muito bêbado para compreender qualquer coisa, e acabou tropeçando nas palavras e disse que pediria a Fidel Castro que enviasse as poderosas Forças Armadas de Cuba para ajudar nos trabalhos em Petrópolis. Ninguém entendeu nada.


Há alguns anos eu conheci a cidade de Nova Friburgo, e passei por Teresópolis e Petrópolis, e pude perceber além da beleza estonteante da natureza como o cenário é arriscado nos momentos de tempestades. Os cidadãos de Petrópolis e de toda a região serrana do Rio de Janeiro devem exigir ações imediatas desses homens e mulheres que detêm o dinheiro público na ponta de suas canetas. Essa gente da política não vale nem meio-quilo de merda, e precisa ser obrigada a trabalhar em prol daqueles que estão necessitados. É preciso obrigar, exigir, cobrar. Pelo contrário, o café no gabinete e a orgia com o dinheiro público nunca terão fim.


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